60/3 Concertos Improvisados | Abdul Moimême
No concerto de dia 9 de Outubro Abdul Moimême, guitarrista lisboeta, reinicia o seu projeto a solo - com duas guitarras elétricas - que teve origem em ‘Nekhephthu’, um registo de 2008, lançado pela editora Creative Sources; equipado agora com um paleta sonora que resulta da experiencia resultante de concertos ao vivo com músicos vindos de vários quadrantes tanto geográficos como musicais tais como: Axel Dörner, Carlos Santos, Carlos Zingaro, Christian Weber, Cyril Bondi, D’Incise, Eduardo Chagas, Ernesto Rodrigues, George Haslam, Gloria Damijan, Guilherme Rodrigues, Heddy Boubaker, João Pedro Viegas, Jon Raskin, Marco von Orelli, Marco Scarassatti, Matthias Boss, Miguel Mira, Thanos Chrysakis e Wade Matthews entre outros…
“Abdul […] é um músico de características únicas. Utiliza duas guitarras em simultâneo, uma Stratocaster e um protótipo que ele próprio construiu, dispostas lado a lado, na horizontal, consigo no meio e dois amplificadores de válvulas, um deles de baixo, atrás. […] O curioso é que, em situação de concerto, quase não as vemos. Abdul Moimême «toca-as» por meio de objetos metálicos de diversas dimensões posicionados sobre, e entre, as cordas. Daí resulta um setup tão estranho quanto misterioso. Entre chapas, barras e molas estão magníficas esculturas, construções de grande efeito visual, beneficiando da sua formação e da sua atividade paralela como arquiteto e também do gosto que tem no manejo do ferro de soldar. Os sons assim produzidos vão do liliputiano, tão subtis quanto o ouvido pode captar, a um trovejar de dimensões wagnerianas ou de heavy metal, com distorção a condizer. A música de «Mekhaanu» vai de um extremo ao outro, constituindo uma ode à guitarra elétrica, uma invenção de George Beauchamp que remonta a 1931, e uma homenagem ao conceito de «preparação» (alteração dos timbres instrumentais por meio de aplicações físicas) de John Cage…”
Rui Eduardo Paes, Bitabites, http://www.bitaites.org/artes/abdul-moimeme-ode-guitarra-eletrica
“…Moimême generates an impressively broad spectrum of sounds from his instruments and is adept at using the two guitars to produce contrasting sounds which complement one another well, repeatedly creating the impression that two separate guitarists are interacting and trading phrases. Typically, he pairs sounds which differ radically in pitch or tone, such as high-pitched feedback set off against a low-end rumble. The end result is invariably an appealingly deep soundscape with plenty of detail which makes for stimulating and dramatic listening.”
John Eyles, All About Jazz, http://www.allaboutjazz.com/php/article.php?id=44079
“…Moimême turns his guitars (he also uses a homemade solid body instrument) into zithers, gamelans, tam-tams – nothing, in fact, that sounds very much like a conventional electric guitar. It’s eerie, atmospheric and mostly very successful work …”
Brian Morton, The Wire