Rosa Reis (2012)
Projecto
O tempo, mais do que medida unitária, é uma medida humana. Somos o tempo que usamos, o tempo que nos dão e o que concedemos. É nele que se insere o quotidiano e é com ele que formamos a nossa memória. O tempo ocupa um espaço e molda-o.
Dele, nasce a cumplicidade, acto de confiança e conivência. Instala-se e ganha corpo.
Interessada nas pessoas e nos seus trabalhos, nos espaços e memórias, a fotógrafa Rosa Reis embarcou num projecto de residência no Carpe Diem Arte e Pesquisa. Durante um ano, habitou aquele lugar, um palácio com uma memória que, de tão imensa, guarda em si uma personalidade vincada. Rosa Reis criou uma relação com quem por lá passou: o público, a equipa residente, os curadores, os estagiários.
Nos seus projectos, o tempo desempenha um papel insubstituível ao conhecimento e à empatia com as pessoas e os locais, sendo um factor indispensável ao seu método de trabalho.
Esta exposição retrata a abordagem emotiva de Rosa Reis à sua interacção com os espaços, habitados ou não, com as pessoas com quem se cruzou, que lhe deram o seu tempo e com quem criou laços.
A sua exposição "Cumplicidades", fruto de uma residência artística de um ano no Carpe Diem Arte e Pesquisa, aconteceu em Março, na Galeria Abraço.
Biografia
Rosa Reis (Lisboa) é Pós-Graduada em Estudos da Fotografia e Mestre em Teoria da Cultura Visual, pelo IADE.
Fotógrafa freelancer, desenvolve projectos de autor e colabora estreitamente com o Ecomuseu Municipal do Seixal com especial incidência no Património e Arqueologia Industrial, colaborando ainda com Entidades Estatais, Empresas e Particulares.
Rosa Reis tem participado regularmente em exposições colectivas desde 1985, entre as quais se destacam: A Casa na Fábrica do Braço de Prata (Lisboa, 2011); Patrimonio, Imagen y Paisage Industrial no Centro Municipal Integrado El Coto – Gijón (Espanha, 2010); Uma Outra Lisboa Secretariado do Parlamento Europeu (Luxemburgo, 2005); 100 Imagens, 100 Legendas no Centro Cultural de Belém (Lisboa) e em Serralves (Porto); Festival de l’Image du Main (convidada para representar Portugal) (França, Le Mans, 1997).
A título individual realizou em 2012 a exposição Pesquisas no espaço na Galeria Bloco 103 e na Fundação Champalimaud, (Lisboa, 2012); A viagem do dragoeiro na Casa da Cerca Centro de Arte Contemporânea (Almada, 2011); Memórias Estoril Jazz 2008 no Centro de Congressos do Estoril (Estoril, 2009); Emoções com Jazz na Galeria Humbihumbi (Luanda, 2006); Produzir Pólvora em Vale Milhaços Sociedade Africana de Pólvora Vale Milhaços (Seixal, 2005); Património, o fascínio do encontro no Museu da Imagem Braga (Braga, 2005), entre outras.
Rosa Reis ganhou vários prémios de fotografia entre eles o prémio MAC – Movimento Arte Contemporânea, atribuído pela Galeria Movimento Arte Contemporânea (Lisboa 2009, 2005) e o prémio INCUNA no Certame Internacional de Fotografia sobre Património Industrial (Gijón /Astúrias, 2003). Em 2004 ganhou ainda a Medalha de Prata Mérito Cultural pela Câmara Municipal do Seixal.